Can’t Hurt Me - Resenha crítica - David Goggins
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Can’t Hurt Me - resenha crítica

Can’t Hurt Me Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Can’t Hurt Me: Master Your Mind and Defy the Odds

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-1544512273

Editora: Goggins Built Not Born

Resenha crítica

Goggins e os fracassos

A primeira frustração marcante na vida de David Goggins foi não ter conseguido entrar na seleção da Delta Force,  principal força contra-terrorismo e de operações especiais do Exército dos Estados Unidos, mesmo depois de muito preparo.

Dispensado, apesar de seus bons desempenhos em alguns dos testes, ele foi atrás de quebrar um recorde mundial do Guinness Book envolvendo seus atributos físicos. Novamente não conseguiu, mesmo diante de milhões de telespectadores em uma transmissão televisiva. 

Goggins seguia com o pensamento de que o fracasso não é um meio para atingir um fim, mas o caminho para o sucesso. Ele conseguiu se tornar um oficial das forças armadas ao entrar no United States Navy SEAL e se sentiu aclamado ao concluir com sucesso um treinamento rigoroso, bem como o treinamento de Controlador Tático Aéreo da Força Aérea. 

As habilidades militares e físicas de Goggins foram provadas depois de muitas tentativas, pois, além de todas essas conquistas, ele cumpriu desafios de muita exigência física: ultramaratonas, triatlos e ultratriatlos, com desempenho invejável. 

Costumava ficar regularmente entre os cinco primeiros colocados nesses eventos e até bateu o recorde de completar 4.030 flexões em 17 horas.

A determinação de David Goggins faz com que ele entenda seus erros e fraquezas e os supere de maneira a ser seguida e estudada. 

Obstáculos desde os anos de formação

David Goggins nasceu em Williamsville, Nova Iorque. Embora no subúrbio, era um local com espaço para acomodações para ricos. Profissionais de carreiras de sucesso, como médicos, advogados, executivos de siderúrgicas e até jogadores de futebol tinham seu imóvel por ali.

Para muitos norte-americanos, Williamsville era um bairro dos sonhos. Os Goggins moravam em uma casa de quatro quartos com um grande jardim, tendo à disposição um Rolls Royce Silver Cloud de 1962, um Mercedes 450 SLC de 1980 e um  Corvette preto de 1981. 

Sua imagem perante os vizinhos era de uma família modelo e bem ajustada. Trunnis, seu pai, usava ternos bem cortados e era muito sorridente, dava muita importância à aparência. 

A mãe de David Goggins, Jackie, tinha comportamento mais carinhoso e doce que o pai. Apaixonou-se por Trunnis aos 19 anos, vindo de uma família de classe média e  conservadora, dessas que protegem a filha excessivamente e lhe alertou muitas vezes quanto à viabilidade do casamento.

Segundo David, toda a aparência sorridente do pai desaparecia do portão de casa para dentro. Ele relata que os desejos e anseios do pai eram colocados acima do bem-estar da família, que era tratada por ele como um bando de servos, à sua disposição conforme a vontade do patriarca. 

Seu pai obrigava os filhos a trabalhar em seus negócios, mesmo à noite, fazendo com que eles não tivessem boas condições físicas e de descanso para os estudos no dia seguinte. Por isso, sua formação foi irregular, com atrasos na aprendizagem.

Nos intervalos para o recreio, David e seu irmão Trunnis Jr. costumavam esconder os machucados gerados por abusos físicos gerados pelo pai, pois temiam apanhar ainda mais se os hematomas pelo corpo ficassem visíveis ao público, desde as crianças do colégio até as professoras e diretoras das escolas pelas quais passaram. 

Trunnis não se preocupava com o bem-estar dos filhos e da esposa, apenas em ganhar dinheiro. 

David e Trunnis Jr. tiveram que se sujeitar a empregos fisicamente exigentes e insalubres sem necessidade. Em um deles, David chegou a manusear um desodorizante em aerossol que irritou seus olhos, sem a oportunidade de parar tudo porque o medo de uma surra do pai era constante.

David relata que em momentos de castigo, era obrigado a se despir, caminhar pelo corredor até o quarto de Trunnis, fechar a porta, apagar as luzes, deitar na cama com as pernas balançando, esticar o tronco e expor as nádegas para que o pai o espancasse.

Foi quando Jackie ouviu Trunnis criticando-a para um amigo no telefone que ela decidiu deixá-lo. David foi morar com ela na casa dos avós, onde sua vida começava a mudar e precisavam se adaptar à nova vida. 

Depois de algum tempo, eles deixaram a casa dos avós de David, seu pai lhes ajudava com uma quantia miserável de dinheiro, mas o sentimento era de recomeço. 

A verdade machuca

A vida de David começou a mudar quando Jackie, sua mãe, conheceu Wilmoth Irving. Pois, mesmo antes de ele entrar em suas vidas, quando tinham dinheiro e viviam em abundância, o trauma do convívio com o pai era uma chaga na vida de David. 

Quando se livraram de seu pai, a pobreza surgiu com muita força. Wilmoth era um carpinteiro e empreiteiro em Indianápolis e conheceu Jackie quando David estava na quinta série. 

Ele se tornou uma figura paterna na vida de David e é seguidamente elogiado por ele, por sua presença e comportamento exemplar. 

Wilmoth lhe ensinou a jogar basquete e tornou-se um pilar em sua vida e ele incentivava seu casamento com a mãe, para que ele permanecesse em sua vida muito além das férias de verão. 

Porém, tudo mudou em dezembro de 1989, quando Wilmoth morreu subitamente em meio aos preparativos para a mudança definitiva da família para Indianápolis. 

Mesmo em meio a muitas dúvidas, Jackie decidiu mudar-se para a cidade norte-americana e matriculou o filho na North Central High School, que ficava em um bairro predominantemente negro. Ali, tentou ser amigo de todos, e teve sua estada na cidade interrompida quando sua mãe o pegou com más influências.  

Então, sua mãe o matriculou na Northview High School, em Indiana, onde se destacava pelo visual no estilo hip-hop. Ali, enfrentou insultos raciais. 

Foi quando passou a compreender melhor a realidade da vida e o quanto a discriminação é latente, deve ser enfrentada e precisa ser superada. 

Ele passou a se olhar no que chamava de Espelho de Responsabilidade para superar inseguranças, objetivos e aspirações. Segundo sua definição, ao nos olharmos diante dele, veremos que só depende de cada um de nós a superação do que nos aflige. 

A verdade machuca, dói. Mas é a única alternativa. 

Tarefa impossível

David tinha forma física invejável durante o treinamento para entrar na Delta Force, a Força Aérea norte-americana. Ainda que tivesse passado na maioria dos testes físicos, os treinamentos expuseram suas fraquezas mentais. 

Então, Goggins passou a não acreditar em si próprio e seu desempenho começou a declinar. Chegou a se posicionar do lado errado de um sargento em meio a um dos exercícios e precisou repeti-lo, mesmo sabendo de cor tudo o que deveria ser feito. 

Deixou as Forças Armadas depois de ser reprovado, e passou a se alternar em empregos mal remunerados, entre limpar restaurantes e ser dedetizador. Mas este não era seu destino tão sonhado.

Passou a ter vergonha de si próprio, até recuperar as forças e voltar a estudar os treinamentos físicos para ser um recruta do SEAL. Quis trabalhar em suas fraquezas para superar aquele momento difícil. 

E a partir daí, percebeu o quanto os erros, as fraquezas e as derrotas são um passo fundamental para se recuperar e aumentar o autoconhecimento. 

Mente blindada

A Hell Week é o período de maior desgaste mental durante o treinamento para entrar no SEAL, quando os participantes são expostos em diversos aspectos. O normal é que, de cada 120 recrutas, apenas 20 a 40 cheguem ao fim do treinamento. 

E quando um deles decide sair do treinamento, deve caminhar até um sino e tocá-lo três vezes, para que todos possam ouvir aquela desistência.

Na competição para chegar ao fim do treinamento, apenas a excelência garante respeito aos que desejam ingressar nas Forças Armadas norte-americanas. 

E a ideia de pegar almas tem a ver com o encontro com o próprio poder de guardar energias para concluir uma tarefa que parecia ser impossível. 

Goggins diz que captar a própria alma é compreender o quanto a verdadeira força está em nosso interior, pois quando pensamos que não será mais possível seguir em frente, só mesmo a real conexão com o que há além do corpo é capaz de nos reenergizar. 

Ele relata o quanto o fato de ter alcançado essa conexão com o interior fazia com que os instrutores que o desafiavam ficassem intimidados e surpresos com sua força interior. 

Não se deve ter como objetivo atingir o mínimo necessário, mas dar o melhor para resolver todas as tarefa que surjam da maneira mais eficiente quanto possível.

Só uma força mental grande nos permite passar por todos os desafios, ainda que pareçam impossíveis. 

E deixar nossa mente blindada nos leva a superar qualquer desafio para alcançar sonhos diversos. 

No caso de Goggins, ele sucumbiu à pressão em seu primeiro alistamento às forças armadas, pois ainda que tivesse um espírito positivo, sua mente estava suscetível aos desafios externos, que foram capazes de derrubá-lo. 

Até mesmo quando teve uma lesão no joelho e precisou reiniciar o treinamento outra vez, ele não desejou, em nenhum momento, seguir uma carreira com menos dificuldades. Sua atitude implacável o levou a se tornar um SEAL, como sempre desejou.

Muito mais que seus atributos físicos, foi sua força mental que o fez perceber o quanto as principais dificuldades da vida estavam dentro de seus pensamentos, que o levou a ser quem ele é. 

E essa mesma força mental foi usada em seus desafios nas ultramaratonas, quando o cansaço físico chegava ao extremo e só mesmo uma mente blindada o faria chegar até o fim de um desafio imposto por ele mesmo.

Quantas vezes você desistiu e depois percebeu que tinha plena capacidade de seguir adiante? Blinde a mente e não pare de correr, sem pensar apenas na conquista de um troféu.

Há algo além de ganhar prêmios, sejam eles medalhas ou aumentos de salário, por exemplo. 

A realização pessoal é o foco da mente blindada. 

Notas finais 

O esforço físico dos ultramaratonistas é invejável. Vê-los se esforçando ao extremo, de maneira quase irracional, para percorrer um percurso gigantesco, é de se admirar.

O mesmo pode se dizer dos recrutas das Forças Armadas, em especial as norte-americanas. Os treinamentos são notoriamente desgastantes e levam o corpo humano aos seus limites desconhecidos. Por vezes, podemos pensar como eles são capazes de ter tanta força física e mental para chegar àquele ponto.

Pois neste Can’t Hurt Me, David Goggins nos ensinou que a verdadeira força está em deixar a mente blindada aos desafios externos. A partir do momento que colocamos algo como objetivo, temos plena capacidade de alcançar. Não adiantam os melhores treinamentos e a preparação minuciosa fisicamente se a mente e o interior da alma não acompanharem tal treinamento interno.

E quando o alerta quanto à preparação mental vem de alguém que, antes de chegar às Forças Armadas norte-americanas, passou por reprovações, sendo uma delas por lesão, além de um período traumático na infância entre abusos de um pai autoritário e mudanças para buscar uma melhor criação, devemos parar para ouvir. 

Os limites são criados pela nossa mente. E só ela é capaz de superá-los. 

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Quem escreveu o livro?

O autor deste livro é David Goggins, um ultramaratonista americano, ciclista de ultra-distância e triatleta. Além de esportista, ele é palestrante motivacional e autor. Em sua trajetória ele já passou por diversa... (Leia mais)

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